quarta-feira, junho 15, 2022

Lisboa – “Cidade Triste e Alegre”


VICTOR PALLA
COSTA MARTINS
Armindo Rodrigues
David Mourão-Ferreira
Eugénio de Andrade
Jorge de Sena
José Gomes Ferreira
[José] Rodrigues Miguéis, pref.

Lisboa, s.d. [1959]
Círculo do Livro, Lda. (dist.)
Neogravura, Lda. / Soc. Industrial de Tipografia, Lda.
1.ª edição
29 cm x 23,9 cm
XII págs. + 174 págs.
profusamente ilustrado
encadernação editorial em tela com gravação a branco na pasta anterior e na lombada, sobrecapa polícroma, folhas-de-guarda impressas
exemplar em muito bom estado de conservação, sobrecapa suja e com restauros; miolo irrepreensível
PEÇA DE COLECÇÃO
4.500,00 eur (IVA e portes incluídos)

«[...] o livro Lisboa, cidade triste e alegre de Costa Martins (1922-1996) e Vítor Palla (1922-[2006]), publicado em 1959 mas decorrente da exposição realizada em 1958 na Galeria Diário de Notícias, em Lisboa, e na Divulgação, no Porto, com imagens obtidas desde 1956.
Após terem terminado o curso e terem exercido arquitectura durante algum tempo, conseguiram juntar dinheiro para fazerem este projecto. Deixaram de trabalhar e todos os dias – dia e noite – deambularam pela cidade, fotografando, falando, comendo, divertindo-se com pessoas e coisas. Vinham a casa apenas para revelar e ampliar. O resultado é uma surpreendente variedade inconformista de fotografias apaixonadas pelos quotidianos paralelos da cidade e da própria fotografia: desde a festa do registo até aos atrevimentos da impressão, passando pelas incertezas da revelação. A exposição era sequenciada em “filme” numa longa faixa de fotografias em escalas e dimensões muito diferentes, sobre planos gráficos negros ou brancos.
[...] O livro foi feito sobre o paradigma da felicidade e das suas convulsões [...].
Tanto o livro como a exposição advêm de preocupações gráficas, fotográficas e cinematográficas. Deliberadamente se experimentaram as velocidades lentas, os cortes, as sequências, as oposições, as difracções, as sobre-revelações, o alto contraste [...].
A reacção do público foi, em geral, de repulsa e indiferença. A observação de que eram fotografias “escuras” ou “tremidas” e expostas ou publicadas “a metro” foram frequentes. O livro foi um fracasso editorial. O esquecimento foi quase imediato. Para se ter uma ideia do desinteresse, em 1982, uma quantidade apreciável dos fascículos que tinham sobrado do livro, consistindo em mais de metade da edição, estavam numa cozinha da Associação Portugal-Cuba e nem a Biblioteca Nacional nem as bibliotecas da Câmara de Lisboa ou da Gulbenkian possuíam qualquer exemplar. [...]» (Fonte: António Sena, História da Imagem Fotográfica em Portugal – 1839-1997, Porto Editora, 1998)

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